Sabemos que o conhecimento, historicamente, foi propiciado e construído por poucos. Tínhamos um modelo que apenas um segmento da comunidade tinha acesso aos meios de educação e, assim, o conhecimento construído era permeado apenas por uma narrativa e pelos desejos de apenas um grupo.
Com isso, as universidades foram sendo construídas, inicialmente, com esta mesma lógica de ser "para poucos" e favorecer apenas os já favorecidos socialmente. Isso também pode ser visto, por exemplo, com a criação da ciência psicológica e de sua prática clínica que visava apenas a elite social como público -alvo.
Assim como esse modelo foi se alterando na psicologia, principalmente com a emergência da psicologia social e da saúde que têm como base a ética social, o conhecimento construído na universidade também foi tomando novos rumos. O conceito de Extensão Universitária tomou forma justamente dentro daquela escassez de vínculo da universidade com a comunidade vizinha a ela e, para isso, foi entendido que o conhecimento deve ser construído dentro deste diálogo, ético e de mão dupla, entre comunidade-universidade.
Extensão Universitária consiste, portanto, em promover atividades com a sociedade e, a partir delas, construir um novo conhecimento que tenha como objetivo a mudança social com uma prática cidadã. O Plano Nacional de Educação (PNE, 2014-24), determinou essa prática extensionista dentro do perfil curricular de todos os cursos de graduação. Ela pode ser concretizada, por exemplo, por meio dos Programas de Educação Tutorial (PET) que objetivam ampliar a experiência do/a graduando/a dentro da tríade ensino-pesquisa-extensão.
Se você quiser saber um pouco mais sobre isso, o PET-GPP da UFPE publicou um capítulo de livro chamado "DIVERSIFICA PET: intervenções possíveis buscando a pluralidade grupal dentro do Programa de Educação Tutorial" que amplia essa discussão a partir de suas práticas grupais, é só clicar aqui.
Em suma, devemos prezar pelo ensinamento de Paulo Freire e construir um conhecimento acadêmico em conjunto com o popular a partir das práticas extensionistas.
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